Após décadas no corredor da morte, homem é absolvido e ganha US$ 1,4 milhão
Valor da indenização equivale a US$ 85 dólares por dia durante os 46 anos que Iwao Hakamata passou preso Este conteúdo foi originalmente publicado em Após décadas no corredor da morte, homem é absolvido e ganha US$ 1,4 milhão no site CNN Brasil.

Um homem japonês que passou mais de 40 anos no corredor da morte até ser absolvido no ano passado recebeu uma indenização de US$ 1,4 milhão, informou um tribunal nesta terça-feira (25) – aproximadamente US$ 85 por cada dia em que foi injustamente condenado.
O ex-boxeador profissional Iwao Hakamata, de 89 anos, foi condenado à morte em 1968 por um assassinato quádruplo, apesar de alegar repetidamente que a polícia havia forjado provas contra ele.
Considerado o prisioneiro que passou mais tempo no corredor da morte no mundo, ele foi absolvido após um teste de DNA comprovar que as roupas ensanguentadas usadas para condená-lo foram plantadas muito tempo depois dos assassinatos, segundo a emissora pública japonesa NHK.
O Tribunal Distrital de Shizuoka confirmou à CNN que Hakamata recebeu uma indenização de mais de 217 milhões de ienes – um valor que equivale a aproximadamente US$ 85 por dia desde que foi considerado culpado.
Seu representante legal, Hideyo Ogawa, descreveu a indenização como o “maior valor” já concedido por uma condenação injusta no Japão, mas afirmou que isso nunca poderá compensar o sofrimento de Hakamata.
“Acredito que o Estado cometeu um erro que não pode ser reparado com 200 milhões de ienes”, disse o advogado, segundo a emissora NHK.
Hakamata se aposentou como boxeador profissional em 1961 e conseguiu um emprego em uma fábrica de processamento de soja em Shizuoka, no centro do Japão.
Cinco anos depois, ele foi preso pela polícia após seu chefe, a esposa do chefe e seus dois filhos serem encontrados mortos a facadas em sua casa.
Inicialmente, Hakamata confessou as acusações contra ele, mas depois mudou seu depoimento, alegando que a polícia o forçou a confessar por meio de agressões e ameaças.
Ele foi condenado à morte em 1968 por uma decisão de 2 a 1 entre os juízes.
O único juiz dissidente deixou a magistratura seis meses depois, desmoralizado por não conseguir impedir a sentença.
Hakamata, que sempre manteve sua inocência, passou mais da metade de sua vida esperando para ser enforcado.
Novas evidências levaram à sua libertação em 2014, enquanto aguardava um novo julgamento, que o absolveu no ano passado.
Seu caso trouxe escrutínio global ao sistema de justiça criminal do Japão, onde as taxas de condenação chegam a 99%, segundo o site do Ministério da Justiça, e impulsionou pedidos pelo fim da pena de morte no país.
A irmã de Hakamata, Hideko, que por anos fez campanha por sua libertação, disse à CNN no ano passado que décadas de prisão causaram danos irreversíveis à saúde mental de seu irmão.
Hakamata estava “vivendo em seu próprio mundo”, disse ela.
“Às vezes, ele sorri feliz, mas isso acontece quando está em seu delírio… Nem sequer discutimos o julgamento com Iwao devido à sua incapacidade de reconhecer a realidade.”
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