Arévalo assume como presidente da Guatemala após posse caótica; entenda desafios do novo governo

Novo mandatário foi empossado na madrugada desta segunda-feira (15) após uma cerimônia atrasada por horas pelos opositores do Congresso Este conteúdo foi originalmente publicado em Arévalo assume como presidente da Guatemala após posse caótica; entenda desafios do novo governo no site CNN Brasil.

Jan 15, 2024 - 12:00
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Arévalo assume como presidente da Guatemala após posse caótica; entenda desafios do novo governo

Bernardo Arévalo assumiu a Presidência da Guatemala tendo o combate à corrupção como uma de suas principais bandeiras.

Ele foi empossado na madrugada desta segunda-feira (15) após uma cerimônia de posse caótica que foi atrasada por horas em uma última tentativa dos opositores do Congresso de enfraquecer sua autoridade.

Arévalo venceu as eleições de agosto de forma esmagadora e, cerca de 9 horas depois do início marcado de sua posse, ele prestou juramento como presidente, substituindo o político conservador Alejandro Giammattei, cujo governo foi envolvido em escândalos de corrupção. Giammattei não compareceu à cerimônia.

Desde a sua vitória no segundo turno nas eleições de 20 de agosto, cresceram as expectativas entre os guatemaltecos sobre o que Arévalo pode alcançar.

Isso porque, segundo cidadãos e analistas consultados pela CNN, não será fácil para Arévalo levar a cabo muitos dos seus projetos – especialmente quando exigem a aprovação de um Congresso com maioria opositora.

Alguns guatemaltecos esperam que Arévalo cumpra a sua promessa de combater a corrupção, uma tarefa que dizem ser titânica.

“É uma situação muito difícil que ele tem de gerir porque a corrupção está enraizada há muitos anos”, disse Constantino Hurtado à CNN.

Outros esperam que ele promova medidas que melhorem as condições de vida. “Apoie as pessoas com recursos limitados, aquelas que não têm trabalho”, diz Jhony Bran na Cidade da Guatemala.

Arévalo, doutor em filosofia e graduado em sociologia, prometeu promover ações para gerar desenvolvimento para a grande maioria da Guatemala em saúde, educação, infraestrutura, entre outros.

No entanto, o novo presidente considera urgente acabar com a corrupção porque, caso contrário, “as instituições não farão um bom trabalho”.

Um dos principais desafios que o novo governo terá, para levar a cabo algumas das suas propostas de campanha, é conseguir o apoio do Congresso, cuja correlação não será favorável.

Edgar Gutiérrez, analista político e ex-chanceler da Guatemala, acredita que a governabilidade será fundamental no próximo governo, mas alerta que o apoio que Arévalo ganha no Legislativo não deve ser resultado de pactos ou acordos escusos.

“Seria um veneno para o partido do governo e para o próprio Arévalo porque a confiança que a população depositou nele através do voto é justamente a transparência e o uso correto dos recursos públicos”, afirma à CNN.

Arévalo reconhece que não é uma tarefa fácil, mas afirma que juntamente com a sua equipe desenhou uma estratégia para implementar o seu plano de trabalho e assim cumprir as principais promessas da campanha.

Em agosto, ele disse à CNN que buscará acordos com os novos parlamentares, mas anunciou que o desenvolvimento do país não irá parar por falta de apoio.

“Não vamos deixar o desenvolvimento nacional ser sequestrado pelo Congresso e avançaremos, dentro das competências que a lei nos permite, na execução do órgão Executivo”, explicou.

A relação com o Ministério Público

Outra frente aberta do próximo governo é a relação que terá com o Ministério Público, que apresentou dois pedidos de retirada da imunidade de Arévalo.

O primeiro, por sua suposta responsabilidade na promoção da tomada e subsequentes protestos na Universidade de San Carlos; a segunda, por possíveis irregularidades na formação do partido Movimento Semilla.

Arévalo rejeitou ambas as acusações e acusou as autoridades de tentarem promover um golpe de Estado.

Neste ambiente turbulento, os principais aliados de Arévalo têm sido as comunidades indígenas – lideradas pela organização 48 Cantones de Totonicapán – que apoiaram a vitória de Semilla com marchas, bloqueios de estradas e manifestações em frente ao Ministério Público.

Porém, esse apoio não é um cheque em branco, segundo os movimentos indígenas.

“O governo não vai ficar sozinho, vamos estar lá a zelar por ele e, se não cumprir o que prometeu, vamos também retirá-lo”, diz Blásida Díaz, representante da aldeia Tacaná, durante um comício em novembro passado.

Por isso, dizem alguns analistas, Arévalo deve trabalhar bem e com rapidez para começar a atender às demandas dos diversos setores, caso contrário, alertam, a nova primavera que prometeu poderá se tornar uma contínua decepção para os guatemaltecos.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Arévalo assume como presidente da Guatemala após posse caótica; entenda desafios do novo governo no site CNN Brasil.

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