Brasilienses homenageiam papa Francisco nos 65 anos da capital

A tradicional missa celebrada na Catedral de Brasília em todos os aniversários da capital do país, que completou 65 anos nesta segunda-feira (21), foi marcada pela homenagem ao papa Francisco. No altar da Catedral, uma grande foto do primeiro Bispo de Roma latino-americano em 2 mil anos de história marcou a missa, onde também foi exposta a cruz usada na Primeira Missa do Brasil, em 1500.   Notícias relacionadas:Fiéis lotam Catedral da Sé em missa para homenagear papa Francisco.Brasília: história da capital de 65 anos apagou matriarcas negras.Vaticano confirma morte do papa por AVC e colapso cardiovascular.A estudante de direito Maria Eduarda Monteiro Dourado, de 18 anos de idade, disse que foi um susto a notícia da morte do papa e relembrou seus ensinamentos para a juventude.    “Ele foi uma pessoa muito humilde e falava sobre a caridade com seu acolhimento aos pobres. Ele falava muito sobre a juventude dentro da Igreja, e eu acho que o meu papel como jovem é olhar para ele como uma inspiração”, disse a moradora de Riacho Fundo 2, uma das regiões administrativas de Brasília. Maria Eduarda diz ser apaixonada pela capital, apesar de citar a insegurança “em algumas regiões da cidade”.  “Vou para o Rio de Janeiro, para Goiás, e percebo que aqui nós somos únicos. Me sinto muito acolhida de morar aqui, independentemente de ser Plano Piloto ou região administrativa”, disse. O Plano Piloto é a região central de Brasília com o metro quadrado mais valorizado se comparado com as outras regiões. Tristeza O médico Victor Wichrowski, de 35 anos de idade, carregava uma imagem do papa Francisco na missa dos 65 anos de Brasília. Ele disse que também recebeu a notícia da morte do líder da Igreja Católica com um misto de tristeza e alegria. “Ele foi um ótimo pastor para a nossa Igreja. Dá aquela saudade ao mesmo tempo que dá confiança de que realmente ele pode descansar em paz, que fez um trabalho muito bonito”, explicou o brasiliense. Médico Victor Wichrowski recebeu a notícia da morte do líder da Igreja Católica com um misto de tristeza e alegria - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil Victor avalia que o papa Francisco trabalhou para incluir todos na Igreja Católica, independente das diferenças, além de destacar o cuidado com o meio ambiente e denunciar as guerras em curso. Para o morador do Distrito Federal, é possível trazer os ensinamentos de Francisco para o cotidiano da cidade.  “A defesa do diálogo, de buscar uma unidade, é a lição maior que Francisco deixa para nós. Como Brasília é uma cidade, digamos, à frente do seu tempo, acho que o papa Francisco também esteve à frente do seu tempo”, disse Victor. A primeira mulher a comandar o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), coronel Mônica de Mesquita Miranda, compareceu à missa especial neste 21 de abril. Natural de Brasília, Miranda comentou os ensinamentos deixados pelo Papa. “A humildade e a caridade foram as marcas do papa. A premissa dele era a fé, era o evangelizar, não as coisas materiais. E Brasília é uma cidade que já vem abençoada porque ela foi uma previsão de Dom Bosco. Brasília aglomera todos. Brasília é Brasil. A cidade tem a cara do Norte, do Sul, tem o aspecto do Sudeste. Brasília é esse aglomerado de pessoas”.   Povos Indígenas A missa para celebrar os 65 anos de Brasília contou ainda com presença de indígenas católicos, que destacaram o papel do papa Francisco na defesa do meio ambiente. A pataxó Wilza Neves Silva, de 40 anos de idade, lembrou que foram seus ancestrais os que assistiram a primeira missa do Brasil, em 1500, e que sente muito a morte do papa Francisco pela defesa que ele fez da preservação da natureza. “Ele valorizava muito a forma de manejo da terra, da água, das florestas, que nós povos indígenas praticamos. É uma perda profunda de uma pessoa com essa mentalidade, com esse conceito de sustentabilidade, de ecologia integral. Ele se conectou com a pauta indígena”, comentou. Wilza participou da comitiva que buscou, em Portugal, a cruz usada na primeira missa do Brasil, em 26 de abril de 1500, em Porto Seguro, na Bahia. A cruz foi exposta nesta segunda-feira em Brasília e tem peregrinado por várias cidades do país. Órfãos Arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos da cidade - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil O cardeal da Arquidiocese de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, celebrou a missa em homenagem aos 65 anos da capital federal, destacando que o papa Francisco foi um pai para a Igreja, que deixou grande legado e que o sentimento é de orfandade.   Dom Paulo lembrou que o papa Francisco deu voz às periferias do mundo, denunciou as guerras e pediu diálogo. Para ele, esse legado deve ser aplicado em Brasília. “A nossa amada cidade é chamada a ser, cada vez mais, uma cidade da inclusão. Brasília se tornou uma grande metrópole, e a metrópole traz em si

Apr 21, 2025 - 17:00
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Brasilienses homenageiam papa Francisco nos 65 anos da capital

Logo Agência Brasil A tradicional missa celebrada na Catedral de Brasília em todos os aniversários da capital do país, que completou 65 anos nesta segunda-feira (21), foi marcada pela homenagem ao papa Francisco.

No altar da Catedral, uma grande foto do primeiro Bispo de Roma latino-americano em 2 mil anos de história marcou a missa, onde também foi exposta a cruz usada na Primeira Missa do Brasil, em 1500.  

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A estudante de direito Maria Eduarda Monteiro Dourado, de 18 anos de idade, disse que foi um susto a notícia da morte do papa e relembrou seus ensinamentos para a juventude.   

“Ele foi uma pessoa muito humilde e falava sobre a caridade com seu acolhimento aos pobres. Ele falava muito sobre a juventude dentro da Igreja, e eu acho que o meu papel como jovem é olhar para ele como uma inspiração”, disse a moradora de Riacho Fundo 2, uma das regiões administrativas de Brasília.

Maria Eduarda diz ser apaixonada pela capital, apesar de citar a insegurança “em algumas regiões da cidade”. 

“Vou para o Rio de Janeiro, para Goiás, e percebo que aqui nós somos únicos. Me sinto muito acolhida de morar aqui, independentemente de ser Plano Piloto ou região administrativa”, disse.

O Plano Piloto é a região central de Brasília com o metro quadrado mais valorizado se comparado com as outras regiões.

Tristeza

O médico Victor Wichrowski, de 35 anos de idade, carregava uma imagem do papa Francisco na missa dos 65 anos de Brasília. Ele disse que também recebeu a notícia da morte do líder da Igreja Católica com um misto de tristeza e alegria.

“Ele foi um ótimo pastor para a nossa Igreja. Dá aquela saudade ao mesmo tempo que dá confiança de que realmente ele pode descansar em paz, que fez um trabalho muito bonito”, explicou o brasiliense.

Brasília (DF) 21/04/2025 O arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos de Brasília e em sufrágio ao Papa Francisco.   Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Brasília (DF) 21/04/2025 O arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos de Brasília e em sufrágio ao Papa Francisco.   Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Médico Victor Wichrowski recebeu a notícia da morte do líder da Igreja Católica com um misto de tristeza e alegria - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Victor avalia que o papa Francisco trabalhou para incluir todos na Igreja Católica, independente das diferenças, além de destacar o cuidado com o meio ambiente e denunciar as guerras em curso.

Para o morador do Distrito Federal, é possível trazer os ensinamentos de Francisco para o cotidiano da cidade. 

“A defesa do diálogo, de buscar uma unidade, é a lição maior que Francisco deixa para nós. Como Brasília é uma cidade, digamos, à frente do seu tempo, acho que o papa Francisco também esteve à frente do seu tempo”, disse Victor.

A primeira mulher a comandar o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), coronel Mônica de Mesquita Miranda, compareceu à missa especial neste 21 de abril. Natural de Brasília, Miranda comentou os ensinamentos deixados pelo Papa.

“A humildade e a caridade foram as marcas do papa. A premissa dele era a fé, era o evangelizar, não as coisas materiais. E Brasília é uma cidade que já vem abençoada porque ela foi uma previsão de Dom Bosco. Brasília aglomera todos. Brasília é Brasil. A cidade tem a cara do Norte, do Sul, tem o aspecto do Sudeste. Brasília é esse aglomerado de pessoas”.  

Povos Indígenas

A missa para celebrar os 65 anos de Brasília contou ainda com presença de indígenas católicos, que destacaram o papel do papa Francisco na defesa do meio ambiente.

A pataxó Wilza Neves Silva, de 40 anos de idade, lembrou que foram seus ancestrais os que assistiram a primeira missa do Brasil, em 1500, e que sente muito a morte do papa Francisco pela defesa que ele fez da preservação da natureza.

“Ele valorizava muito a forma de manejo da terra, da água, das florestas, que nós povos indígenas praticamos. É uma perda profunda de uma pessoa com essa mentalidade, com esse conceito de sustentabilidade, de ecologia integral. Ele se conectou com a pauta indígena”, comentou.

Wilza participou da comitiva que buscou, em Portugal, a cruz usada na primeira missa do Brasil, em 26 de abril de 1500, em Porto Seguro, na Bahia. A cruz foi exposta nesta segunda-feira em Brasília e tem peregrinado por várias cidades do país.

Órfãos

Brasília (DF) 21/04/2025 O arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos de Brasília e em sufrágio ao Papa Francisco.   Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Brasília (DF) 21/04/2025 O arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos de Brasília e em sufrágio ao Papa Francisco.   Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo César, celebra missa pelo aniversário de 65 anos da cidade - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O cardeal da Arquidiocese de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, celebrou a missa em homenagem aos 65 anos da capital federal, destacando que o papa Francisco foi um pai para a Igreja, que deixou grande legado e que o sentimento é de orfandade.  

Dom Paulo lembrou que o papa Francisco deu voz às periferias do mundo, denunciou as guerras e pediu diálogo. Para ele, esse legado deve ser aplicado em Brasília.

“A nossa amada cidade é chamada a ser, cada vez mais, uma cidade da inclusão. Brasília se tornou uma grande metrópole, e a metrópole traz em si ambiguidades, principalmente nas periferias”, afirmou.

O cardeal acrescentou que Brasília, se comparada a outras cidades, tem uma boa qualidade de vida. 

“Mas tem também os seus problemas e eles devem ser resolvidos através do diálogo, onde a sociedade e os homens de decisão devem estar juntos para encontrar caminhos de humanização, de integração, onde todos e todas possam se sentir verdadeiramente cidadãos dessa cidade”, completou.

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