Lula no Mercosul: “não há atalho na democracia em nossa região”

Presidente discursa em cúpula do bloco em Assunção, no Paraguai Este conteúdo foi originalmente publicado em Lula no Mercosul: “não há atalho na democracia em nossa região” no site CNN Brasil.

Jul 8, 2024 - 13:05
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Lula no Mercosul: “não há atalho na democracia em nossa região”

O presidente Lula discursou nesta segunda-feira durante a cúpula do Mercosul, em Assunção, no Paraguai.

Em sua fala, o presidente destacou a tentativa de golpe na Bolívia, realizada no mês passado pelo general do exército Juan José Zúñiga.

“A reação unânime do 26 de junho na Bolívia e ao 8 de janeiro no Brasil mostram que não há atalho na democracia em nossa região. Mas é preciso permanecer vigilante. Falsos democratas tentam solapá-la e colocá-la a serviço de interesses reacionários. Enquanto nossa região seguir entre as mais desiguais do mundo a estabilidade política permanecerá ameaçada”.

O presidente ainda jogou luz às derrotas recentes da extrema direita e da ultradireita nas eleições parlamentares do Reino Unido e da França, onde coalizões de esquerda conquistaram a preferência dos eleitores na última semana.

“Ambas são fundamentais para a defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo”, afirmou Lula.

O presidente da República ainda afirmou que é necessário o bloco agir em conjunto para desenvolver estruturas de Inteligência Artificial e de governança de dados. E pediu que os países-membros se dediquem na construção de um acordo de livre comércio com a China.

Já em relação ao fim das barreiras alfandegarias entre o Mercosul e a União Europeia, Lula creditou aos líderes europeus o impasse nas negociações do tratado.

“Só não conseguimos concluir o acordo com a União Europeia porque os europeus não conseguiram resolver suas próprias contradições internas”, afirmou.

Mudanças climáticas

O presidente Lula também afirmou durante a cúpula que os países da América Latina deveriam liderar a discussão sobre o combate às mudanças climáticas, citando os impactos das secas nos biomas do continente.

“Quero fazer um chamado por maior engajamento e ambição climática. (…) Neste ano, na COP16 em Cali (que será realizada em novembro), mostraremos também magnitude da biodiversidade sul-americana. Temos a autoridade moral para nos fazer ouvir e a responsabilidade histórica de liderar pelo exemplo”, disse Lula.

Ainda nesta segunda-feira, Lula embarca para a Bolívia, onde tem uma reunião com o presidente Luis Arce.

Assinatura de acordos

Além do foco na adesão da Bolívia ao Mercosul, está prevista para esta edição da Cúpula a assinatura de convênio para complementação financeira e técnica entre o bloco e o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).

Além disso, deve ser firmado um acordo de coprodução cinematográfica e audiovisual do Mercosul além da  cooperação para prevenção de desastres e de uma declaração de combate ao crime organizado transnacional.

Nesta cúpula, a Presidência temporária do Mercosul, de seis meses, será entregue pelo Paraguai ao Uruguai.

(Em atualização) 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Lula no Mercosul: “não há atalho na democracia em nossa região” no site CNN Brasil.

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