“Marco histórico”, diz à CNN médico brasileiro que comandou transplante de rim de porco em humano

Paciente de 62 anos com doença renal grave recebeu órgão Este conteúdo foi originalmente publicado em “Marco histórico”, diz à CNN médico brasileiro que comandou transplante de rim de porco em humano no site CNN Brasil.

Mar 21, 2024 - 22:25
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“Marco histórico”, diz à CNN médico brasileiro que comandou transplante de rim de porco em humano

O primeiro transplante de rim de porco geneticamente modificado para um humano vivo, realizado no sábado (16), é um “marco histórico” para a Medicina, afirmou o doutor brasileiro Leonardo Riella, quem comandou a operação.

O transplante foi feito em um paciente de 62 anos, que tinha diagnóstico de doença renal grave. Riella destaca que essa cirurgia “não aconteceu do dia para a noite”, mas é resultado de décadas de pesquisa para tornar o órgão do animal compatível aos humanos.

Em 1960, houve a tentativa de fazer esse transplante [de rim de porco para um humano], mas houve rejeição aguda e imediata. Foi através da biologia e da ciência que começamos a compreender quais eram essas incompatibilidades”, destacou.

Segundo disse o doutor durante a entrevista à CNN, os genes do porco foram editados mais de 69 vezes para maior compatibilidade e diminuir o risco de infecções.

Assim, ressaltou que o potencial do xenotransplante — o de um órgão de um animal para um humano” — é “incrível”.

Procedimento parecido ao transplante em humanos

Riella explicou ainda sobre a preparação e pesquisa para o transplante, assim como a cirurgia.

“O procedimento em si é muito parecido ao em humanos, a diferença é o doador, um porco geneticamente modificado para aumentar a compatibilidade do órgão e dos seres humanos”, comentou.

O doutor destacou que a pesquisa pré-clínica em primatas foi feita no Massachusetts General Hospital, instituição em que ele é diretor de transplante renal, por grupos que são líderes do xenotransplante no mundo.

Em seguida, o grupo que ele coordena desenvolveu um protocolo e identificou qual seria a via principal para conseguir fazer essa transição do laboratório para a clínica.

Riella afirmou ainda que rim foi o órgão que mostrou os resultados mais promissores nos modelos de animais, mas que especialistas estudam a utilização de coração, fígado, pulmão de porco e até ilhotas para o tratamento de diabetes.

Paciente teve coragem de aceitar procedimento

Outro ponto destacado durante a entrevista à CNN foi o processo para que o paciente fosse comunicado e aceitasse ser submetido à operação. Foi o doutor Riella quem contou sobre o transplante com um rim de porco.

“Ele [paciente] leva toda a credibilidade por ter a coragem de aceitar um procedimento em que existiam muitas incertezas. Apesar de estarmos muito confiantes de que poderíamos fazer isso de uma forma segura, não poderíamos garantir o sucesso disso”, explicou.

Assim, houve várias discussões até que o homem de 62 anos aceitasse a operação, tendo discutido com médicos que cuidaram dele anteriormente e familiares, por exemplo.

Quem é o doutor Leonardo Riella

Leonardo V. Riella é um médico brasileiro, formado pela Universidade Federal do Paraná. Realizou residência em Medicina Interna na Brigham and Women’s Hospital (BWH), um hospital da Harvard Medical School. T

ambém realizou Fellowship (programa de especialização) em Nefrologia e Transplante na BWH e no Massachusetts General Hospital Program, também na Harvard Medical School.

Atualmente, Riella é presidente do Harold and Ellen Danser e professor associado de Medicina e Cirurgia na Harvard Medical School. Além disso, é diretor de transplante renal do Massachusetts General Hospital e pesquisador sênior do Center for Transplantation Science.

Saiba mais sobre o Leonardo Riella nesta matéria.

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