Opositor venezuelano Edmundo González indica que não atenderá intimação para depor nesta segunda

Ex-candidato foi convocado para comparecer no Ministério Público às 11h do horário de Brasília, mas disse que intimação não tem garantias de independência Este conteúdo foi originalmente publicado em Opositor venezuelano Edmundo González indica que não atenderá intimação para depor nesta segunda no site CNN Brasil.

Aug 26, 2024 - 04:35
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Opositor venezuelano Edmundo González indica que não atenderá intimação para depor nesta segunda

O ex-candidato à presidência da Venezuela Edmundo González indicou que não atenderá a intimação do Ministério Público da Venezuela para prestar depoimento nesta segunda-feira (26). A convocação é para às 10h de Caracas (11h no horário de Brasília).

O opositor, que segundo a oposição foi o vitorioso do pleito presidencial de 28 de julho, é investigado sobre a publicação de um site com atas eleitorais que autoridades chavistas afirmam terem sido falsificadas.

“Venezuelanos e venezuelanas, nesta ocasião, presto depoimento diante de vocês, que são os que garantem a soberania popular”, expressou o opositor em vídeo postado em suas redes sociais na noite deste domingo (25).

Na publicação, o ex-candidato afirma que o Ministério Público pretende submetê-lo “a uma entrevista sem precisar em que condição em que se espera que compareça e pré-qualificando crimes não cometidos”.

“O procurador-geral da República se comportou reiteradamente como um acusador político, condena antecipadamente e agora impulsiona uma convocação sem garantias de independência e do devido processo”, argumentou o opositor.

No vídeo, ele também afirmou que Nicolás Maduro precisa entender que “a solução não está na repressão, mas sim na verificação internacional e independente das atas” e que esta não pode ser substituída pela sentença judicial da Suprema Corte do país.

González garantiu ainda que a oposição apresentará os exemplares das atas de escrutínio que sua coligação diz ter recebido de fiscais eleitorais.

Na intimação entregue neste sábado, o Ministério Público venezuelano convocou González “para dar entrevista” sobre o “suposto cometimento dos crimes de usurpação de funções, forjamento de documento público, instigação à desobediência de leis, crimes informáticos, associação para cometer crimes e conspirar”.

O alvo das investigações é um site que divulga atas eleitorais, que a oposição afirma garantirem vitória para o candidato apoiado pela ex-deputada María Corina Machado, com cerca de 67% dos votos.

Para o procurador-geral do Ministério Público da Venezuela, o site “usurpou a qualidade e competência que só corresponde ao Poder Eleitoral venezuelano”. O governo venezuelano, por sua vez, alega que 83% dos documentos publicados pela oposição foram falsificados.

Ele vai ter que mostrar a cara perante esse Ministério Público”, disse na última sexta (23) o procurador-geral do Ministério Público, Tarek William Saab, ao anunciar que González seria intimado a depor.

Porém, quase um mês após as eleições presidenciais, nenhuma ata com resultados desagregados da votação por seção eleitoral foi publicada oficialmente. Esta é uma exigência não somente da oposição e da maior parte da comunidade internacional para reconhecimento da vitória de Maduro.

Apesar dos questionamentos à falta de transparência da divulgação dos resultados, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela ratificou a vitória de Maduro com mais de 50% dos votos.

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