Palestinos deslocados descrevem “sonhos destruídos” à medida que guerra entra em 2024
2,2 milhões em Gaza passam por desidratação grave, desnutrição e doenças infecciosas, segundo a OMS Este conteúdo foi originalmente publicado em Palestinos deslocados descrevem “sonhos destruídos” à medida que guerra entra em 2024 no site CNN Brasil.

Mohammed Aghaalkurdi, oficial de programa da organização beneficente Medical Aid for Palestinians (MAP) com sede no Reino Unido, diz que seus sobrinhos e sobrinhas em Gaza estão “desejando uma ceia quente e saudável” neste ano, já que centenas de milhares de palestinos deslocados tentam buscar proteção contra os bombardeios e a ofensiva terrestre de Israel.
“Enquanto as crianças de todo o mundo estão comemorando o Natal e o Ano Novo e estabelecendo resoluções para o que se espera que seja um futuro brilhante, as crianças de Gaza estão sendo fortemente atacadas”, disse Aghaalkurdi na segunda-feira (1).
Seu testemunho foi compartilhado com a CNN pela MAP. Ele está hospedado em uma casa alugada em Khan Younis, no sul de Gaza, com pelo menos 10 outras pessoas — incluindo cinco de seus colegas e suas famílias.
O cerco total de Israel ao território palestino e as severas restrições à entrada de suprimentos essenciais na faixa provocaram uma espiral de preços dos alimentos. O que deixou 2,2 milhões de residentes em Gaza em risco de desidratação grave, desnutrição e doenças infecciosas, incluindo infecções do trato respiratório superior, diarreia, piolhos e sarna, catapora, erupções cutâneas, icterícia e meningite, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os ataques israelenses em Gaza desde os ataques do Hamas em 7 de outubro mataram pelo menos 22.185 palestinos, a maioria dos quais são mulheres, crianças e idosos, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.
A CNN não pode confirmar de forma independente os números fornecidos pelo Ministério da Saúde em Gaza devido ao acesso restrito à região e à dificuldade de verificar números precisos em meio à guerra em andamento.
“Por mais de 80 dias, elas (as crianças) foram impiedosamente mortas e deslocadas com suas famílias inúmeras vezes até que (elas) acabaram em uma tenda indefesa e fria, desprotegidas, famintas e sedentas”, disse Aghaalkurdi.
Ele acrescenta que “seus belos sonhos foram destruídos e transformados em pesadelos cheios de medo e falta de moradia. Cercados por adultos exaustos e ocupados (em busca de comida e água potável), nossos filhos perderam os belos significados da vida”.
Ele relata que ainda há um pouco de esperança nos corações de que “a calma prevalecerá em breve e nossos filhos serão curados”, apesar do que está acontecendo.
Salwa Tibi, uma trabalhadora humanitária deslocada que trabalha na agência humanitária CARE International, disse à CNN nesta terça-feira (2) esperar que 2024 traga “segurança, proteção, paz e prosperidade”.
Tibi, 53 anos, está hospedada em uma casa alugada em Rafah, no sul de Gaza, com pelo menos 20 parentes, incluindo oito crianças e bebês — o mais novo deles tem três meses de idade.
“Espero que Gaza seja reconstruída o mais rápido possível e que a vida volte ao normal, apesar da dor intensa e das perdas de entes queridos, amigos e parentes”, disse ela.
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