Parlamento dividido será obstáculo a Noboa no combate de gangues no Equador

Uma das medidas desejadas pelo presidente reeleito que precisam do aval do Congresso é a que autoriza a presença de bases estrangeiras no país Este conteúdo foi originalmente publicado em Parlamento dividido será obstáculo a Noboa no combate de gangues no Equador no site CNN Brasil.

Apr 14, 2025 - 22:10
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Parlamento dividido será obstáculo a Noboa no combate de gangues no Equador

Vencedor das eleições presidenciais do Equador com mais de 11 pontos percentuais, Daniel Noboa terá que negociar para estabelecer alianças em seu segundo mandato. A habilidade para as alianças determinará o futuro da sua política de mão dura para conter a criminalidade.

O Equador é proporcionalmente o país com a maior quantidade de homicídios da América Latina, com 38 para cada 100 mil habitantes. O índice do Brasil é de 21 para cada 100 mil habitantes.

Uma das medidas para as quais Noboa precisará de apoio do Legislativo, por exemplo, é para permitir a instalação de bases estrangeiras no país. Alinhado com Donald Trump, ele chegou a pedir ajuda ao presidente americano com forças dos EUA para combater a criminalidade no Equador.

Mas ainda que autorizado por Trump, a medida precisaria de aval legislativo para uma reforma parcial da constituição, que impede desde 2008 a presença de bases estrangeiras no país. A proposta de Noboa é a recuperação da base naval americana no porto pesqueiro de Manta, para a realização de patrulhas ao tráfico de drogas.

No entanto, com as bancadas do parlamento praticamente divididas entre aliados de Noboa e o correísmo – movimento político do ex-presidente Rafael Correa, pelo qual a candidata de esquerda Luisa González disputou as eleições -, sem que nenhuma das forças tenha maioria qualificada para a aprovação de propostas, o presidente reeleito do Equador pode se beneficiar da grande diferença de votos a seu favor no pleito.

“Isso dá uma margem de negociação para Noboa, que já foi capaz de fazer acordos na sua primeira administração, e que pesam na sua governabilidade”, explica a analista Caroline Ávila, professora da Universidade de Cuenca, da Universidade del Azuay e da Universidade Andina Simón Bolívar.

Ávila lembra que no primeiro governo Noboa chegou ao poder sem partido, mas conseguiu estabelecer alianças com partidos independentes e conquistar maioria legislativa, conquistando seu próprio espaço político ao longo do seu mandato.

“Ele demonstrou ser capaz de mostrar eficiência e quando se trata de relacionamento com a Assembleia. Mas isso dependerá muito de qual papel os correístas vão assumir, se irão ocupar um espaço de fiscalização e oposição crítica, ou se vão dar um tempo de tolerância para ele”, explica.

Ávila ressalta, no entanto, que o grande desafio de Noboa será obter resultados rapidamente.

“Ele difundiu profusamente essa política de mão dura nas redes sociais. Mas em termos reais, a execução é outra, e as pessoas agora precisam ter evidência de que há resultados”, explica, afirmando que se o presidente reeleito não resolver as demandas urgentes da população, pode perder essa favorabilidade.

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