Zagallo morre aos 92 ano, lenda do futebol mundial
O ex-jogador e ex-técnico Mario Jorge Lobo Zagallo morreu aos 92 anos. A informação foi publicada no começo da madrugada deste sábado (6) pelo perfil oficial da lenda do futebol mundial. “Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um […]

O ex-jogador e ex-técnico Mario Jorge Lobo Zagallo morreu aos 92 anos. A informação foi publicada no começo da madrugada deste sábado (6) pelo perfil oficial da lenda do futebol mundial.
“Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas”, diz a nota.
“Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa”, prossegue.
Veja, a seguir, momentos históricos de sua carreira.
Início no futebol
Zagallo nasceu na cidade de Atalaia, no estado de Alagoas, em 9 de agosto de 1931. Ainda jovem, se mudou para o Rio e iniciou sua carreira como jogador nas categorias de base do América Futebol Clube.
Em 1950, participou de sua primeira Copa do Mundo, mas ainda não como atleta. Na época, aos 19 anos, fazia parte da Polícia do Exército.
Sabendo de sua ligação com o futebol, o chefe do esquema de segurança da competição o designou para trabalhar nas arquibancadas do estádio do Maracanã durante a final, onde assistiu o Brasil ser derrotado pelo Uruguai.
O jogador da Seleção Brasileira

Oito anos mais tarde, a história foi diferente. Já sendo um dos destaques do Flamengo, esteve relacionado na convocação para a Seleção Brasileira na campanha vitoriosa da Taça Oswaldo da Cruz. Com o êxito, seguiu com o grupo para o Mundial daquele ano, que foi disputado na Suécia.
Em solo europeu, participou dos seis jogos da competição. Acabou sendo responsável por um dos gols na final vencida pelos brasileiros por 5 a 2, contra os donos da casa. Ali, conquistava sua primeira Copa. Na edição seguinte, em 1962, no Chile, ganhou o bicampeonato mundial.
Ainda com a amarelinha, foi vencedor da Taça do Atlântico (1960), da Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961 e 1962), da Taça Bernardo O’Higgins (1959 e 1961) e da Copa Roca (1960 e 1963). Em 1964 resolveu se aposentar da Canarinho como atleta.
O treinador

Mesmo depois de pendurar as chuteiras, o Velho Lobo resolveu continuar no futebol. Em 1966, assumiu o comando do Botafogo. Na equipe, foi campeão da Campeonato Carioca em 1967 e 1968, da Taça Rio nos mesmos anos, e do Campeonato Brasileiro de 1968, à época chamado de Taça Brasil.
Antes da Copa do Mundo de 1970, disputada no México, foi chamado para ser técnico da Seleção, substituindo João Saldanha. O time era recheado de craques, como Pelé, Rivelino, Gérson, Jairzinho, Clodoaldo e Tostão.
A campanha brasileira foi espetacular: seis vitórias em seis jogos, 19 gols marcados e apenas sete sofridos, coroando uma grande campanha para o tricampeonato. Zagallo passou a ser a primeira pessoa na história a conquistar um mundial como treinador e jogador.
Em 1974, não teve o mesmo êxito, mesmo mantendo algumas peças do tri. Acabou na quarta colocação na Copa do Mundo da Alemanha.
Nos anos 1970 ainda teve passagens vitoriosas como treinador do Flamengo, do Fluminense, e do Al-Hilal, da Arábia Saudita. Nos anos 1980 comandou Vasco, Seleção Saudita e Bangu.
O coordenador técnico

Após 20 anos, Zagallo retornava para a maior competição de futebol. Mas, desta vez, como coordenador técnico, na comissão de Carlos Alberto Parreira, na Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994.
Na fase de grupos, a Seleção não perdeu, liderando o grupo B. Venceu a Rússia, por 2 a 0, e Camarões, por 3 a 0. Contra Suécia, empatou em 1 a 1.
Nas oitavas de final, os brasileiros derrotaram os anfitriões por 1 a 0, com gol de Bebeto. Nas quartas de final, superaram a Holanda por 3 a 2. Na semifinal, a Seleção encontrou novamente a Suécia, mas dessa vez saiu com a vitória, por 1 a 0.
A grande final foi contra a Itália, com um persistente empate por 0 a 0 no tempo normal. Nas penalidades, o Brasil fez 3 a 2, interrompendo um jejum de 24 anos sem a conquista da Copa. Foi o quarto título de Zagallo como membro da delegação.
Após a competição, com a saída de Parreira, o “Velho Lobo” foi escolhido para a sucessão e voltou a comandar a Seleção Brasileira. Venceu a Copa Umbro, em 1995, e a Copa América e a Copa das Confederações em 1997.
O retorno à Copa do Mundo no comando da Seleção

Em 1998, Zagallo embarcava para seu terceiro mundial como técnico. Na primeira fase, o Brasil terminou em primeiro no grupo A, com seis pontos, vencendo duas seleções: a Escócia, por 2 a 1, e o Marrocos, por 3 a 0. E sofreu um revés, contra a Noruega, por 2 a 1.
Nas oitavas de final, goleou o Chile por 4 a 1, com gols de César Sampaio e Ronaldo Fenômeno. Já nas quartas de final, venceu a Dinamarca, do lendário goleiro Peter Schmeichel, por 3 a 2, em uma grande partida.
Na semifinal teve a Holanda pela frente. No tempo normal, empatou por 1 a 1 com a Laranja Mecânica. Nas penalidades, venceu por 4 a 2, contando com a genialidade do goleiro Taffarel.
Mas na final, contra a França, anfitriã do torneio, a história mudou. Marcada pelo episódio de uma convulsão de Ronaldo Fenômeno antes da partida, a Seleção foi completamente dominada e derrotada por 3 a 0.
Recomeço

O pentacampeonato viria em 2002, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, que deixou o cargo após a vitória.
Com isso, foi aberto o caminho para o retorno da dupla vitoriosa em 1994: Parreira e Zagallo, nas mesmas funções da época: técnico e coordenador técnico, respectivamente.
No período, foram campeões da Copa América, em 2004 e da Copa das Confederações, em 2006. Mas o desfecho na Copa do Mundo viria mais cedo, nas quartas de final, após derrota para a França.
Títulos de Zagallo pela Seleção Brasileira
- Como jogador: Copa do Mundo (1958 e 1962); Taça do Atlântico (1960); Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961 e 1962); Taça Bernardo O’Higgins (1959 e 1961); Copa Roca (1960 e 1963);
- Como técnico: Copa do Mundo (1970); Copa América (1997); Copa das Confederações (1997); Copa Roca (1971); Taça Independência (1972); Copa Umbro (1995); Pré-Olímpico (1996);
- Como coordenador técnico: Copa do Mundo (1994); Copa América (2004); e Copa das Confederações (2005).
-
1 de 17
Mário Jorge Lobo Zagallo, ex-futebolista e treinador brasileiro
Crédito: Lucas Figueiredo/CBF
-
2 de 17
Zagallo durante a Copa do Mundo de 1958, na Suécia
Crédito: ANTONIO LÚCIO/ESTADÃO CONTEÚDO
-
3 de 17
Da esquerda para a direita: Djalma Santos, Zagallo, Pelé, Zito e o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho, seguram a taça Jules Rimet, na Copa do Mundo de 1958, na Suécia
Crédito: ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/
-
4 de 17
Zagallo chora durante a comemoração pela conquista da segunda Copa do Mundo da Seleção Brasileira, após vitória do Brasil sobre o Chile por 4 a 2, no estádio Nacional do Chile, em Santiago, em 1962
Crédito: REGINALDO MANENTE
-
5 de 17
Os jogadores Nilton Santos (e), Garrincha (c) e Zagallo, conversam durante treino da equipe do Botafogo, no estádio General Severiano, no Rio, em 1966
Crédito: ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/
-
6 de 17
O técnico Mario Jorge Lobo Zagallo segura bola durante treino da Seleção Brasileira na Copa de 1970, no México
Crédito: ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
-
7 de 17
O então técnico da Seleção Brasileira, Zagallo, à esquerda, e o preparador físico, Carlos Alberto Parreira, se abraçam após a conquista do tricampeonato no estádio Azteca, na Copa do Mundo de 1970, no México
Crédito: ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
-
8 de 17
Zagallo, técnico da Seleção Brasileira em 1973
Crédito: ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/
-
9 de 17
O técnico Zagallo dirigindo a Seleção Brasileira no jogo em que o Brasil ganhou da Argentina por 2 a 1 na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha
Crédito: ARQUIVO
-
10 de 17
O atacante Ronaldo Fenômeno e o auxiliar técnico Zagallo observam o técnico Carlos Alberto Parreira durante treino da Seleção Brasileira, em São Paulo, em 1994.
Crédito: WILSON PEDROSA/ESTADÃO CONTEÚDO/
-
11 de 17
O técnico Zagallo durante treino da Seleção Brasileira na véspera do início da Copa do Mundo de 1998, na França
Crédito: CÉLIO JR/ESTADÃO CONTEÚDO
-
12 de 17
O técnico Zagallo consola o atacante Ronaldo após derrota na final da Copa do Mundo de 1998, para a França, anfitriã do torneio
Crédito: CELIO JR/ESTADÃO CONTEÚDO
-
13 de 17
O técnico Zagallo chora a derrota para a França na Copa do Mundo de 1998
Crédito: PAULO PINTO
-
14 de 17
O então treinador da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, e o coordenador técnico, Zagallo, durante apresentação da nova comissão técnica, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em 2003
Crédito: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO/
-
15 de 17
O coordenador-técnico da seleção brasileira, Zagallo, durante o Revezamento da Tocha Olímpica de Atenas 2004 pelas ruas do Rio de Janeiro
Crédito: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO/
-
16 de 17
Zagallo antes do início da cerimônia do sorteio oficial da Copa do Mundo de 2014, na Costa do Sauipe, litoral norte da Bahia
Crédito: Marcello Zambrana/ESTADÃO CONTEÚDO
-
17 de 17
Museu da Seleção Brasileira inaugura estátua de cera em homenagem a Mário Jorge Lobo Zagallo na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro
Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil
Qual é a sua reação?






