Adesão de enviado de Trump a demandas russas preocupa republicanos
Steve Witkoff se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta sexta-feira (11) Este conteúdo foi originalmente publicado em Adesão de enviado de Trump a demandas russas preocupa republicanos no site CNN Brasil.
Menos de 48 horas depois de jantar com um negociador enviado pelo presidente russo, Vladimir Putin, em Washington na semana passada, Steve Witkoff, o enviado especial dos EUA que lidera as negociações com Moscou, sentou-se com o presidente Donald Trump na Casa Branca e transmitiu uma mensagem clara.
A maneira mais rápida de intermediar um cessar-fogo na Ucrânia, disse Witkoff, era apoiar uma estratégia que daria à Rússia a posse de quatro regiões do leste ucraniano que tentou anexar ilegalmente em 2022, disseram à Reuters duas autoridades americanas e cinco pessoas familiarizadas com as discussões.
Esse é um ponto que Witkoff já havia defendido anteriormente — e publicamente em uma entrevista de podcast com a personalidade da mídia conservadora Tucker Carlson no mês passado –, mas que o governo ucraniano tem rejeitado repetidamente e que algumas autoridades americanas e europeias descartam como uma demanda russa maximalista.
Na reunião com Trump, o general Keith Kellogg, enviado do presidente para a Ucrânia, rebateu Witkoff, dizendo que a Ucrânia, embora disposta a negociar alguns termos relacionados aos territórios disputados, jamais concordaria em ceder unilateralmente a posse total desses territórios à Rússia, disseram duas das fontes.
A reunião terminou sem que Trump tomasse uma decisão de mudar a estratégia dos EUA. Witkoff viajou para a Rússia nesta sexta-feira (11) para se encontrar com Putin.
As autoridades do governo Trump estão cada vez mais em desacordo sobre como romper o impasse entre a Ucrânia e a Rússia, com Witkoff e Kellogg — que favorece um apoio mais direto à Ucrânia — discordando sobre o melhor caminho a seguir, de acordo com autoridades americanas e quatro diplomatas ocidentais.
O gabinete de Witkoff, o Conselho de Segurança Nacional, o Departamento de Estado, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia e a Embaixada da Rússia em Washington não responderam aos pedidos de comentários.
Em uma ruptura com os procedimentos normais de segurança, Witkoff convidou Kirill Dmitriev, o enviado russo que está sob sanções dos EUA após a invasão da Rússia, para jantar em sua residência pessoal antes da reunião na Casa Branca.
Isso disparou o alarme dentro da Casa Branca e do Departamento de Estado, de acordo com duas pessoas familiarizadas com a situação. Autoridades americanas evitam receber em suas casas autoridades da Rússia — que possui recursos sofisticados de inteligência.
O jantar foi remarcado e, em vez disso, foi realizado na Casa Branca.
Witkoff, um velho amigo de Trump que ajudou a garantir vitórias diplomáticas importantes para o presidente, conseguiu algum apoio dos céticos do Partido Republicano em relação à Ucrânia, mas suas propostas provocaram indignação entre outros republicanos que acreditam que o governo se voltou de forma muito acentuada para Moscou.
Alguns republicanos no Congresso ficaram tão preocupados com a aparente postura pró-Rússia de Witkoff na entrevista com Carlson que vários deles ligaram para o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e para o secretário de Estado, Marco Rubio, para reclamar, de acordo com uma pessoa familiarizada com as ligações.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump alterou a política externa dos EUA, pressionando a Ucrânia a concordar com um cessar-fogo e, ao mesmo tempo, flexibilizando muitas das medidas que o governo Biden havia adotado para punir a Rússia pela invasão em grande escala em 2022.
Algumas autoridades americanas e europeias temem que, à medida que Witkoff segue a estratégia de Trump, os russos estejam tirando proveito de sua falta de experiência na mesa de negociações, de acordo com autoridades e mais de uma dúzia de outras pessoas familiarizadas com as deliberações internas do governo, incluindo diplomatas ocidentais.
“Witkoff precisa sair, e Rubio precisa tomar seu lugar”, dizia uma carta de 26 de março de Eric Levine, um importante doador republicano. A carta, enviada a um grupo que inclui doadores republicanos e vista pela Reuters, foi escrita após a entrevista a Carlson e uma aparição na Fox News, e criticava Witkoff por elogiar Putin.
Trump tem dito repetidamente que deseja intermediar um cessar-fogo na Ucrânia até maio, argumentando que os EUA devem encerrar um conflito que matou milhares de pessoas e que arrisca um confronto direto entre os EUA e a Rússia, com armas nucleares.
Mas dois acordos parciais de cessar-fogo — um sobre a infraestrutura de energia e outro no Mar Negro — foram interrompidos e o presidente ficou frustrado com a falta de progresso.
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