Análise: EUA e Irã negociam acordo nuclear enquanto Trump ameaça guerra

Encontro marca a primeira conversa direta entre autoridades iranianas e americanas em uma década Este conteúdo foi originalmente publicado em Análise: EUA e Irã negociam acordo nuclear enquanto Trump ameaça guerra no site CNN Brasil.

Apr 12, 2025 - 10:45
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Análise: EUA e Irã negociam acordo nuclear enquanto Trump ameaça guerra

Irã e Estados Unidos iniciarão negociações importantes neste sábado (12) para chegar a um novo acordo nuclear, em um esforço para aliviar as tensões e evitar outro conflito no Oriente Médio que poderia afetar ainda mais a região.

A reunião, realizada em Omã, país do Golfo Árabe, será a primeira conversa direta entre autoridades iranianas e americanas em uma década, com mediadores atuando como intermediários entre as duas nações.

O presidente Donald Trump deu ao Irã um prazo de dois meses para aceitar um acordo que levaria o país a reduzir sua presença nuclear ou a eliminar completamente seu programa.

“Serão conversas diretas com os iranianos, e quero deixar isso bem claro”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira (11). Ela acrescentou que o objetivo final de Trump é “garantir que o Irã jamais obtenha uma arma nuclear”.

A chegada a Omã neste fim de semana do enviado do governo Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, para conversas com autoridades iranianas, adicionará mais um dossiê à série de questões complexas ​​em sua pasta, e ocorrerá após um encontro presencial com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a Ucrânia, em São Petersburgo, na sexta-feira.

As apostas neste sábado são altas: Trump disse que ataques militares são possíveis contra o Irã se um novo acordo nuclear não for alcançado, embora tenha dito que Israel – que tem defendido um ataque ao Irã – assumirá a liderança.

“Se for necessário um ataque militar, teremos um”, disse Trump na quarta-feira (9). “Israel obviamente estará muito envolvido nisso. Eles serão os líderes disso.”, acrescentou.

Mas o Irã se recusou repetidamente a negociar sob coação. O país estabeleceu suas “linhas vermelhas” para as negociações na sexta-feira, incluindo linguagem “ameaçadora” e “exigências excessivas” em relação ao programa nuclear iraniano e à indústria de defesa iraniana, segundo a agência de notícias semiestatal Tasnim.

Embora a agenda precisa das negociações permaneça incerta, o presidente prometeu garantir um acordo “mais forte” do que o acordo nuclear de 2015, mediado pelo governo Obama, que visava conter o programa nuclear iraniano.

Trump retirou-se do acordo em 2018, chamando-o de “desastroso” e dizendo que dava dinheiro a um regime que patrocinava o terrorismo.

Trump quer fechar um acordo que impeça o Irã de construir uma arma nuclear, mas não especificou como ele seria diferente do acordo anterior, conhecido como Plano de Ação Conjunto Abrangente, ou JCPOA. O acordo foi firmado durante o governo Obama e visava limitar o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções ocidentais.

Autoridades americanas sugeriram que podem pressionar o Irã a desmantelar completamente seu programa nuclear, incluindo seu componente de energia civil, ao qual Teerã tem direito sob um tratado nuclear da ONU.

Autoridades iranianas, no entanto, rejeitaram essa proposta como inviável, acusando os EUA de usá-la como pretexto para enfraquecer e, por fim, derrubar a República Islâmica.

Especialistas afirmam que Teerã vê seu programa nuclear como sua maior fonte de influência e que abandoná-lo deixaria o país perigosamente exposto.

Mas o governo também afirma que não está apenas analisando um possível acordo nuclear: também quer se envolver com o Irã em uma ampla gama de questões, disse um alto funcionário do governo.

A reunião deste sábado testará se o Irã está disposto a ter discussões de alto nível, que podem levar a negociações sobre o programa nuclear iraniano, o programa de mísseis balísticos e o apoio a representantes na região, disse a autoridade.

“O Irã estaria ansioso para voltar a algo como o JCPOA, então a questão é: eles estão dispostos a colocar algo mais na mesa?”, disse a autoridade.

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