Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque devem se desarmar para evitar conflito

Movimento para aliviar tensões segue avisos emitidos em particular por autoridades dos EUA ao governo iraquiano desde que Trump assumiu o poder em janeiro, segundo as fontes Este conteúdo foi originalmente publicado em Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque devem se desarmar para evitar conflito no site CNN Brasil.

Apr 7, 2025 - 14:30
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Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque devem se desarmar para evitar conflito

Vários grupos de milícias apoiadas pelo Irã no Iraque estão preparados para se desarmar pela primeira vez para evitar a ameaça de um conflito crescente com o governo dos Estados Unidos, comunicaram 10 comandantes seniores e autoridades iraquianas à Reuters.

O movimento para aliviar as tensões que incluem seis comandantes locais de quatro grandes milícias acontece após repetidos avisos emitidos em particular por autoridades dos EUA ao governo iraquiano desde que Trump assumiu o poder em janeiro, segundo as fontes.

As autoridades disseram a Bagdá que, se o país não agir para dissolver as milícias que operam em solo, os Estados Unidos podem atacar os grupos com ataques aéreos.

Izzat al-Shahbndar, um político muçulmano xiita sênior próximo à aliança governamental do Iraque, afirmou à Reuters que as discussões entre o primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani e vários líderes de milícias estavam “muito avançadas”, e os grupos estavam inclinados a atender aos pedidos de desarmamento dos EUA.

“As facções não estão agindo com teimosia ou insistindo em continuar em sua forma atual”, comentou ele, acrescentando que os grupos estavam “totalmente cientes” de que poderiam ser alvo dos EUA.

Os seis comandantes de milícias entrevistados em Bagdá e em uma província do sul, que pediram anonimato para discutir a situação delicada, são dos grupos Kataib Hezbollah, Nujabaa, Kataib Sayyed al-Shuhada e Ansarullah al-Awfiyaa.

“Trump está pronto para levar a guerra conosco a níveis piores, sabemos disso, e queremos evitar um cenário tão ruim”, comentou um comandante do Kataib Hezbollah, a mais poderosa milícia xiita, que falou por trás de uma máscara preta e óculos escuros.

Os comandantes disseram que o principal aliado e patrono, a força militar de elite da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC), deu-lhes a bênção para que tomassem as decisões que considerassem necessárias para evitar serem arrastados para um conflito potencialmente ruinoso com os Estados Unidos e Israel.

As milícias fazem parte da Resistência Islâmica no Iraque, um grupo guarda-chuva de cerca de 10 facções armadas xiitas de linha-dura que comandam coletivamente cerca de 50 mil combatentes e arsenais que incluem mísseis de longo alcance e armas antiaéreas, segundo duas autoridades de segurança que monitoram as atividades das milícias.

O grupo da Resistência, um pilar fundamental da rede de forças regionais do Irã, reivindicou a responsabilidade por dezenas de ataques com mísseis e drones contra Israel e as forças americanas no Iraque e na Síria desde o início da guerra de Gaza, há cerca de 18 meses.

Farhad Alaaeldin, conselheiro de Sudani para assuntos externos, afirmou à Reuters em resposta a perguntas sobre as negociações de desarmamento que o primeiro-ministro estava comprometido em garantir que todas as armas no Iraque estivessem sob controle do Estado por meio de um “diálogo construtivo com vários atores nacionais”.

As duas autoridades de segurança iraquianas falaram que Sudani estava pressionando pelo desarmamento de todas as milícias da Resistência Islâmica no Iraque, que declaram lealdade ao IRGC ou à Força Quds do Irã, e não a Bagdá.

Segundo autoridades e comandantes, alguns grupos já esvaziaram na maioria os quartéis-generais e reduziram presenças nas principais cidades, incluindo Mossul e Anbar, desde meados de janeiro, por medo de serem atingidos por ataques aéreos.

Muitos comandantes também intensificaram suas medidas de segurança nesse período, trocando seus telefones celulares, veículos e residências com mais frequência, segundo eles.

O Departamento de Estado dos EUA disse que continua a pedir a Bagdá que controle as milícias. “Essas forças devem responder ao comandante-chefe do Iraque e não ao Irã”, acrescentou.

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